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Assumi comigo mesma, o compromisso de não falar sobre tabaco. Este assunto faz-me sair do sério e já por uma ou duas vezes me vi envolvida em “diálogos” um pouco acesos sobre este assunto; reconheço que no que toca à “vontade consciente de morrer lentamente” sou fundamentalista. Este vai ser o primeiro e último “post” sobre tabaco.
Como pode o ser humano, dito “inteligente” ser ao mesmo tempo tão tacanho ao ponto de se deixar envolver nesta nuvem de fumo (quem diz o tabaco, diz outras “coisas”, mas hoje só falo de tabaco). A informação existe – os maços de tabaco dizem: “FUMAR MATA” - no entanto ISTO parece não ser suficiente para impedir o aparecimento de novos fumadores ou a desistência daqueles que caíram nas malhas do cigarro.
Não posso deixar de reconhecer o direito de quem fuma a fumar (cada um mata-se como quer); mas não me podem “obrigar” a ser “solidária” e a, também eu, encher os pulmões com o fumo que os outros deitam fora.
As várias tentativas dos sucessivos governos em alterar a lei, termina invariavelmente em cedências sucessivas e no final a constatação só pode ser uma: “a montanha pariu um rato”. No início da “discussão” começa-se por falar em proibir de fumar em recintos fechados e ponto final (entenda-se por recintos fechados: restaurantes, cafés, bares, discotecas, bancos, ...); à medida que o tempo vai passando o discurso vai mudando para a possibilidade da proibição em recintos mais pequenos, permitindo aos maiores a criação de zonas para fumadores e não fumadores. No fim, deixa-se ao critério de cada um – “faça como entender”!
Fico na minha, fumar mata – nenhuma expressão pode ser mais explicita – as pessoas são estúpidas.
E agora, o que me levou a este desabafo:
Açúcar e cacau nos cigarros servem para criar dependência
Fernando Timóteo – Jornal de Notícias – 22 de Outubro de 2007
"E se passássemos a olhar um cigarro como uma obra de engenharia? Pode parecer um exagero, mas não é. Foi ontem pela primeira vez tornada pública a lista completa de todos aditivos utilizados por uma tabaqueira multinacional e são tantos quantos... 289! E incluem até cacau e açúcares, bem menos doces do que seria de julgar, conforme se verá adiante. A lista fornecida pela Altadis - que comercializa marcas como Gauloises, Ducados e Fortuna e atingiu um volume de vendas de 1938 milhões de euros no primeiro semestre deste ano - foi publicada na edição de ontem do diário espanhol "El Pais". Uma divulgação que vem na sequência da obrigação imposta às tabaqueiras pelo Ministério da Saúde espanhol de comunicar-lhe as substâncias usadas nos cigarros. E a conclusão a tirar é a de que "os cigarros são uma obra de engenharia para aumentar a dependência. As tabacarias estão anos à nossa frente e, apesar de afirmarem que a maioria dos compostos são aroma, na realidade têm outras funções, muitas das quais desconhecemos", como disse ao "El Pais" um perito do Laboratório Agroalimentar da Junta de Andaluzia. Michael Rabinoff, professor da universidade da Califórnia e autor de um estudo sobre aditivos do tabaco, vai mais longe. "Cerca de 90% de cada cigarro é tabaco, já de si criador de dependência e cancerígeno, mas 10% são aditivos, compostos químicos de que sabemos muito pouco e cuja segurança ninguém avaliou. As tabaqueiras estão a efectuar um ensaio científico em grande escala com milhões de pessoas". As marcas declaram uma dada quantidade de nicotina, mas o efeito dos aditivos - através da acidez e do bloqueio de enzimas que destroem a nicotina - acaba por aumentar substancialmente a concentração daquela substância no sangue. Aumenta-se a dependência e, pela mesma via, disfarçam-se os efeitos mais desagradáveis do cigarro, como a tosse. A prova de que funciona é que quando a Philip Morris introduziu os aditivos, nos anos 70, as vendas da Marlboro dispararam...
Açúcares - São mais de 4% do cigarro. A sua queima produz acetaldeído, que aumenta o efeito da nicotina.
Derivados de cacau - Além de dar um sabor doce que atrai os jovens, actuam como broncodilatadores facilitando a chegada da nicotina aos alvéolos pulmonares e uma maior inalação.
Mentol - Actua como anestésico para o tabaco irritar menos a garganta e minimizar a tosse.
Ácido acetilsalicílico - É o mesmo da aspirina, anestésica como o mentol.
Lactona - Inibe a enzima que metaboliza a nicotina, permitindo que esta fique mais tempo no sangue e aumente a dependência.
Outros - Reduzem a acidez e aceleram a passagem da nicotina de sólida a gasosa, facilitando a inalação. Centenas de aromas ajudam a tornar o fumo menos irritante e mais tolerável."
... tenho dito ...