Tribunal Criminal da Comarca do Porto. Mal entramos, tem um segurança que está do outro lado do detector de metais, de pernas abertas e que vai fazendo sinal às pessoas para, uma de cada vez, passar no detector de metais, além disso, as Senhoras depois de passarem no detector, têm que abrir as carteiras para que ele possa espreitar lá para dentro. Um aspecto importante é que os advogados não são pessoas, pois não tem que passar do dito detector; passam por uma porta ao lado. Se o que o segurança procura é algum tipo de arma, os advogados podem levar as que quiserem, sem serem revistados.
Depois da revista, o segurança indica-nos para irmos para a fila que nos vai levar à identificação. Quando chega a nossa vez, encara-nos uma senhora balofa e frustrada, sentada a uma secretária que vai dizendo – juízo e secção (deve ser lido com uma voz nasalada) – a todos aqueles que por ali têm que passar; entregamos o BI para que a senhora registe a nossa identificação numa folha de papel e nos entregue o cartão de Visitante, que “orgulhosamente” vamos por na lapela do casaco.
Os Juízos estão distribuídos pelos diversos andares, mas quase nunca os julgamentos são nesses andares. Esta vez, por exemplo, o juízo era 2º e a secção a 1ª, que supostamente, segundo o quadro à entrada do tribunal, fica no 1º andar. Pois… a sala do julgamento, embora pertencesse ao 2º juízo, ficava no 4º andar… e se não perguntarmos, bem ficamos à espera no sítio errado.
Finalmente chegamos à sala de audiências, o juiz e o procurador atrasam-se e o julgamento que estava marcado para as 09h15 só começa às 10h30.
A “sala de testemunhas” é … qualquer coisa, menos uma sala de testemunhas. Eu explico; numa parede, tem uma máquina fotocopiadora “Cannon” (achei que valia a pena identificar a marca) e uma mesa pequena de metal com uma cadeira castanho claro, numa 2ª parede, tem um banco de madeira antigo; numa outra parede tem 4 cadeiras giratórias com rodas, visivelmente gastas pelo uso dado pelos funcionários do tribunal (que com certeza, agora têm cadeiras novas).
Se olharmos para cima, no topo das paredes (que são de madeira), passam duas ou três calhas, largas e brancas e ainda uns tubos cinzentos.
Enquanto estamos à espera que nos chamem, porque quando somos testemunhas perdemos o divertimento todo; é um entra e sai de funcionários carregados de processos para tirar fotocópias. Oh! Afinal era uma sala de fotocópias!
Sinceramente, espero não ter que lá voltar, só se for para escrever “Tribunais…AAAHHH! Parte II”.